O Sistema Único de Saúde (SUS), tem apresentado resultados positivos nos propósitos de universalização, descentralização e ampliação de cobertura dos serviços de saúde. Avança com mais dificuldade na garantia da qualidade, equidade e na resolutividade da assistência ambulatorial e hospitalar, principalmente, pela falta de profissionais habilitados à prestar assistência integral de saúde (BADUY, R. S.; OLIVEIRA, M. S. M, 2001).
Para alcançar os objetivos propostos, torna-se necessário o incentivo à educação permanente como estratégia na reorganização dos serviços de saúde; integrando todos os membros envolvidos no processo.
A inserção do Fisioterapeuta nos serviços de atenção primária à saúde é um processo em construção, associado, principalmente a criação da profissão, rotulando o fisioterapeuta como reabilitador, voltando-se apenas para uma pequena parte de seu objeto de trabalho, que é tratar a doença e suas seqüelas. Essa lógica de conceitualização, durante muito tempo, excluiu da rede básica os serviços de fisioterapia, acarretando uma grande dificuldade de acesso da população a esse serviço e impedindo o profissional de atuar na atenção primária (RIBEIRO, 2002).
A Fisioterapia apresenta uma missão primordial, de cooperação, mediante a nova realidade de saúde que se apresenta, através da aplicação de meios terapêuticos físicos, na prevenção, eliminação ou melhora de estados patológicos do homem, na promoção e na educação em saúde (Coffito-10, capitulo 1, Art. 1º).
O atendimento domiciliar é imprescindível ao trabalho de atenção primária do profissional de fisioterapia, pois é quando nos deparamos com a realidade das pessoas, verificando suas atividades de vida diária, suas limitações e a partir daí proceder aos encaminhamentos e orientações pertinentes a cada caso.
Podemos resumir as atribuições do Fisioterapeuta no Programa de Saúde da Família (hoje chamado de Estratégia Saúde da Família-ESF), e da atenção primária, como um profissional voltado para a educação, prevenção e assistência fisioterapêutica coletiva e individual, inserido e trabalhando de forma interdisciplinar.
A Organização Mundial de Saúde recomenda um Fisioterapeuta para cada grupo de cinco mil habitantes. Pitangui conta hoje com quase vinte e cinco mil habitantes e apenas um profissional atuando na rede pública.
Se o Fisioterapeuta tivesse uma atuação também no PSF/ESF, com certeza proporcionaria melhor assistência na educação e controle do Diabetes Mellitus e da Hipertensão Arterial, como acontece em outras cidades da região, que promove uma atenção fisioterapêutica tanto preventiva, como reparadora em todos os níveis, reduzindo custos envolvidos no controle e tratamento das complicações. A Fisioterapia pelos conhecimentos que detém não pode continuar sendo subtilizada nas políticas de Saúde do Município de Pitangui.
Em 22 de março de 2011, o nobre Vereador Alexandre Maciel Barros, nos termos do art. 136 do Regimento Interno, apresentou ao Excelentíssimo Senhora Presidente da Câmara Municipal de Pitangui, a Indicação Nº 036/2011, que foi encaminhada ao Senhor Prefeito Evandro, sugerindo-o que venha a incluir nas equipes do PSF, a exemplo de outras cidades vizinhas, o fisioterapeuta.
A justificativa do Sr. Alexandre foi a seguinte: "Conforme bem nos mencionou os fisioterapeutas Fábio Rodrigues Vieira e Guilherme de Oliveira Rodrigues, atualmente vários municípios brasileiros contam com o atendimento fisioterapêutico em seus Programas de Saúde Pública, que por sinal trazem muitos benefícios à população à população com consequente melhora da qualidade de vida dos mesmos e em nossa cidade ainda não existe nenhuma lei aprovada neste sentido.
Os nobres fisioterapeutas, aos quais agradeço a confiança, também nos enviou alguns projetos de lei, aprovados pro outras câmaras municipais, bem como o Projeto de Lei Federal, nº. 6.026, de 2009, de autoria do Sr. Deputado Federal Maurício Trindade, que dispõe sobre a obrigatoriedade de inserção do fisioterapeuta nas equipes da Estratégia Saúde da Família.
Deste modo passamos a sugestão ao Chefe do Poder Executivo Municipal na expectativa de sua melhor acolhida, com vista a promover uma saúde mais humanizada e com melhor qualidade em nosso município.”
Sendo assim, em 07/04/2011, eu mesmo procurei a Ilma. Sra. Luana Duarte Medeiros, Secretaria de Saúde do Município de Pitangui, para saber se ela tomou conhecimento sobre a indicação apresentada pelo Vereador Alexandre; ela me disse que recebeu sim a indicação, porém o projeto no momento não seria viável, pois a Prefeitura teria tem condições de arcar com os custos da implantação e manutenção do Serviço de Fisioterapia no PSF/ESF em Pitangui e que o serviço de Fisioterapia da Prefeitura é terceirizado.
É uma pena, pois como exposto acima, a população de Pitangui ganharia muito com a inclusão do Fisioterapeuta em seus PSF/ESF, além do mais, prevenir em Saúde é mais econômico do que tratar e reabilitar!!!
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