Estudo mostra que terapias de alta tecnologia não são
superiores à treinamentos de força e equilíbrio realizados em casa.
Fisioterapia em casa é tão eficaz quanto a realizada em laboratórios para melhorar a força e o equilíbrio de pacientes que sobreviveram a um acidente vascular cerebral (AVC). É o que revela estudo apresentado por pesquisadores da Duke University, nos Estados Unidos.
A pesquis, com duração de cinco anos, comparou um programa de treinamento locomotor especializado com vários fisioterapeutas, com um programa progressivo de força e equilíbrio em casa com um único terapeuta.
Resultados do estudo mostram que terapias mais caras e de alta tecnologia não são superiores ao treinamento de força e de equilíbrio realizados em casa.
"Isso é importante porque a intervenção domiciliar é mais acessível, mais viável, e também foi associada com menores riscos em nosso estudo", disse a principal investigadora do estudo, Pamela Duncan Woods.
Mais de quatro milhões de sobreviventes de AVC têm dificuldade em andar, o que muitas vezes contribui para a quedas subsequentes, fraturas ósseas e um declínio geral na saúde.
O treinamento da função locomotora depende em parte do treinamento em esteira ergométrica, na qual os pacientes estão suspensos sobre uma esteira e andam com a ajuda de vários fisioterapeutas, trabalhando até andar sem assistência no chão.
Metodologia
O estudo incluiu 408 sobreviventes de AVC de seis unidades de reabilitação na Flórida e na Califórnia. Cada grupo recebeu ou o treinamento locomotor (dois ou seis meses pós-AVC) ou realizou exercícios em casa por 1,5 horas, três vezes por semana durante 12 semanas.
O grupo locomotor focou em um treinamento progressivo em esteiras seguido de uma mudança para o chão. Dois a três fisioterapeutas trabalharam com cada paciente.
O programa em casa consistiu de exercícios estruturados e graduais de força e equilíbrio realizados na casa do paciente com a ajuda de um fisioterapeuta. Os pacientes também foram incentivados a caminharem diariamente.
A melhoria de cada paciente foi avaliada um ano após seu acidente vascular cerebral e 52 % dos pacientes em todos os grupos tiveram uma melhora significativa.
Duncan e sua equipe descobriram que o exercício realizado com as esteiras ergométricas não foi superior a intervenção em casa.
Todos os grupos se saíram bem, conseguindo ganhos semelhantes na velocidade da caminhada, na recuperação motora, no equilíbrio, na participação social e na qualidade de vida.
Uma análise secundária de seis meses demonstrou que ambas as intervenções são mais eficazes do que a fisioterapia que os pacientes receberam rotineiramente dois meses pós-AVC.
"Em seis meses, a melhoria de qualquer uma dessas intervenções é o dobro do que você vê quando os pacientes recebem cuidados habituais", disse Duncan.
O estudo mostrou que, quando o treinamento locomotor foi usado no início, os pacientes apresentaram maior risco de quedas prejudiciais.
"Isto sugere que à medida que avançamos na prática clínica com programas para melhorar a mobilidade, temos também que associar isso com estratégias de prevenção de quedas mais agressivas", observou Duncan.
"Esses programas precisam melhorar o equilíbrio e a mobilidade, mas também incluir a avaliação de risco e gestão para prevenção de quedas. Por exemplo, devemos avaliar o ambiente do paciente, sua visão e seus remédios."
Fonte: I Saúde.Net
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