Fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais de Minas Gerais estão dispostos a interromper os atendimentos por meio de convênios de saúde durante cerca de cinco dias. O objetivo é protestar contra os baixos valores repassados aos profissionais por procedimentos executados pelo sistema. Segundo representantes da categoria, a tabela não é reajustada há mais de 15 anos e, na maioria dos casos, são pagos entre R$ 4,20 e R$ 12 por sessão. De acordo com o presidente do Sindicato dos Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais de Minas, Bruno Yuuki Lopes Fukino, a classe se reúne na semana que vem para articular uma audiência pública na Assembléia Legislativa, na qual sejam discutidas as condições da categoria. Em seguida, os sindicalistas vão decidir as datas da paralisação.
Bruno explica que a paralisação não pode ter duração inferior a cinco dias para que tenha impacto real sobre as operadoras de plano de saúde. Ele espera uma adesão significativa, já que nenhum estabelecimento ligado ao ramo da fisioterapia se opôs à proposta. Bruno afirma já ter havido diálogos acerca da situação dos profissionais com as administradoras de convênios, mas nada foi feito ainda. "Há casos em que o fisioterapeuta fica durante uma hora com o paciente e recebe R$ 6,20 por isso." Esse quadro, na visão dele, acaba refletindo negativamente na qualidade dos trabalhos.
A professora da Faculdade de Fisioterapia da UFJF e vice-coordenadora da Associação Brasileira de Ensino em Fisioterapia, Maria Alice Junqueira Caldas, defende que a mobilização se torna relevante por trazer à tona as condições da categoria. Como ela pontua, a classe passou muito tempo sem ter sindicatos, e, por conta disso, vive um quadro de pouco entrosamento. Embora ela não saiba dimensionar qual será a adesão local, acredita ser possível executar a paralisação sem causar prejuízos aos pacientes, já que podem ser mantidos 30% dos atendimentos, além de não haver interrupção nas demandas hospitalares e ambulatoriais.
Caso seja colocada em prática, será a segunda paralisação ligada a convênios de saúde neste ano, motivada pela insatisfação com os valores pagos aos profissionais. No início do mês, médicos de todo o país suspenderam, por um dia, o atendimento a pacientes por meio de convênios. Em Juiz de Fora, a estimativa do Sindicato dos Médicos foi de cerca de 85% de adesão.
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